DOS
PROFESSORES
G1-
Currículo e Formação de professores
Roberto
Eugenio de Souza (MP) – robeu@ig.com.br
Juliano
Schimiguel – schimiguel @gmail.com – UNICSUL
Ano da defesa – 2015
Resumo
Este artigo trata-se de um relato de algumas definições
sobre a metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas - PBL e a importância
do trabalho dos professores em sala de aula com o seu uso, também relaciona a
relevância de sua utilização para a formação de professores. No transcorrer
deste trabalho destacamos alguns fatores que dificultam o aprendizado dos
alunos da educação básica em sala de aula, entre eles o interesse, estímulo,
diferenças sociais, participação da família, contexto histórico e ressalta
também a importância de adicionar novas metodologias de ensino na formação de
professores para melhoria de sua prática, sempre associando o trabalho com a
metodologia PBL e as adequações que o professor realiza em seu dia a dia, em
sua tarefa de ensino com alunos na atual situação do ensino, com o intuito de
subsidiar melhoras no ensino e aprendizagem, mencionando algumas dificuldades
que o aluno tem com o entendimento do currículo, durante o seu aprendizado.
Ressalta também estratégias utilizadas pelo professor no trabalho do PBL com
seus alunos em sala de aula, mostrando sua importância e relevância no processo
de ensino aprendizagem. Este trabalho enfatiza a utilização de práticas que
envolvem o estudo de situações problemas, contendo o currículo associado com a
vivência do aluno, preparando-o para atividades cotidianas e também para o
trabalho. Para isso utilizamos referências bibliográficas que mostram o
conceito e a utilização da metodologia PBL por professores, juntamente com
outras obras que tratam da prática do professor e citam outras metodologias de
ensino.
Palavras-Chaves:
Formação
de professores, Aluno, Ensino e aprendizagem, Aprendizagem Baseada Problemas,
Currículo
Abstract
This article it is an account of
some definitions about Based Learning methodology problems - PBL and the
importance of teachers' work in the classroom with their use, also lists the
relevance of their use for the training of teachers. In the course of this study
highlight some factors that hinder the learning of basic education students in
the classroom, including interest, stimulation, social, family participation,
historical context and also emphasizes the importance of adding new teaching
methodologies in training teachers to improve their practice, always
associating work with the PBL methodology and the adjustments that the teacher
performs in their daily lives, in their teaching practice with students in the
current situation of education, in order to support improvements in education
and learning, mentioning some difficulties that students have with the
curriculum of understanding for their learning. Also highlights strategies used
by the teacher in working with PBL with their students in the classroom, showing
its importance and relevance in the teaching and learning process. This work
emphasizes the use of practices that involve the study of problem situations,
containing the curriculum associated with the work of the student, preparing it
for everyday activities and also to work. For that use references that show the
concept and the use of PBL methodology for teachers, along with other works
dealing with the practice of the teacher and cite other methodologies.
Keywords: Teacher training, Student, Teaching
and Learning, Problem Based Learning, Curriculum.
Introdução
A cada momento que nos deparamos com as
dificuldades que o professor vive na sala de aula, levando em consideração a
nossa trajetória (história do nosso povo) e também desafios existentes em nossa
estrutura cultural, isso mostra que o professor deve aprimorar a sua formação
cada vez mais e com isso colaborar efetivamente para a melhoria da qualidade da
educação.
O povo brasileiro descende de inúmeras raças,
sendo subdividido em diferentes classes sociais, onde existem famílias com
inúmeras diferenças umas das outras, sendo uma dessas diferenças a educacional.
Em alguns países da Ásia e da Europa, por
exemplo, estão enraizados costumes e hábitos educacionais que influenciam
diretamente no ensino das disciplinas na escola, tais como: a noção de espaço,
tempo, organização, ações que auxiliam na formação de habilidades que
caracterizam os fatores facilitadores no desenvolvimento de metodologias
voltadas à melhoria da educação.
[...] Nenhum sistema educativo pode se
desenvolver sem o apoio de reflexões filosóficas e de pesquisas científicas. Há
aproximadamente vinte anos, no relatório de uma conferência dos ministros africanos
da educação, organizada em Lagos (Nigéria), concluiu-se que: “Foi reconhecido
que os sistemas educativos herdados do período colonial não correspondem às
opções políticas dos novos Estados africanos, nem a suas condições geográficas,
físicas e humanas, nem às tradições de suas culturas, nem às exigências de seu
desenvolvimento, nem a seus recursos” (ANDALOUSSI, 2004, p.45).
Desde o início, o aluno deve ser estimulado e
acompanhado pelos seus responsáveis na família e pelos seus professores na escola,
pois é extremamente importante este acompanhamento, que se torna um facilitador
de seu aprendizado. O trabalho com o aluno ressaltando a importância e as
vantagens das boas ações, do conhecimento, da criatividade, entendimento e
conceitos que nos levam a um horizonte de novas perspectivas, ou seja, do bem,
da ética, dos deveres e dos direitos, do conhecimento e avanços tecnológicos
que são características indispensáveis para sua continua formação na
experimentação cognitiva.
A constante ideia de que existem coisas que o
nosso cotidiano nos reserva, sejam desde as mais simples até as mais
indispensáveis e que podem fazer a grande diferença para a valorização da vida,
isto pode propiciar ao aluno a valorização destas descobertas.
Segundo Coll et al (2006) o aluno constrói
pessoalmente um significado (ou o reconstrói do ponto de vista social) com base
nos significados que pôde construir previamente. Justamente graças a esta base
é possível continuar aprendendo e construindo novos significados.
Os estudos e pesquisas realizados por
especialistas da educação, tomado por base a prática de professores em sala de
aula com relação às novas tecnologias e metodologias de ensino, auxiliam no
avanço da formação de professores e também na melhoria do desenvolvimento de
habilidades e competências dos alunos.
[...] não é o especialista em gabinete,
afastado da docência e do contexto da sala de aula que terá condições de
conduzir estudos avaliativos inovadores. É a partir da ação coletiva e
consensual dos professores que isso poderá acontecer (HOFFMANN, 2000,
p.103).
A metodologia intitulada Problem Based
Learning (PBL) ou Aprendizagem Baseada em Problemas ou ABP que está sendo
bastante aceita no meio acadêmico, estabelece uma metodologia pedagógica
centrada no aluno, onde se procura que este realmente aprenda.
Conceitos, origens e Importância das Aplicações
da Metodologia PBL
Na metodologia PBL, os professores expõem uma
situação problema para estudo aos alunos. Em seguida, reunidos em grupos de
trabalho, identificam o problema investigam, debatem, interpretam e produzem
possíveis soluções e demonstrações, sugerindo novos caminhos para resolução. O
PBL tem como características básicas, os princípios da escola ativa, do método
científico, de um ensino integrado ao currículo e integrador dos conteúdos
programáticos, dos ciclos de estudo e das diferentes áreas envolvidas, onde os
alunos aprendem a aprender e se preparam para resolver problemas relativos à
sua futura profissão.
Inspirados em exemplos de experiências de mais de 30 anos,
realizadas no Canadá (em MacMaster) e na Holanda (em Maastricht)
principalmente, e também por recomendação das Sociedades das Escolas Médicas
para países da África, Ásia e América Latina, várias escolas de Medicina no
Brasil vêm buscando adotar a Aprendizagem Baseada em Problemas ( Problem Based
Learning - PBL ) em seus currículos (BERBEL, 1998, P.2).
As origens do PBL têm suas raízes na teoria do
conhecimento do filósofo americano John Dewey, que é precursor de movimentos
como a Escola Nova e o movimento ativista. O método PBL é um método ativo, de
construção da aprendizagem, baseado no estudo de casos e problemas. Neste
método, o problema é utilizado como recurso que estimula à aquisição de conhecimento
e compreensão de conceitos. Quanto mais o currículo evolui, a resolução de
problemas permite também ao aluno desenvolver mais habilidades e competências
durante o seu aprendizado.
PBL originou-se na escola de Medicina da Universidade de
McMaster, no Canadá, nos últimos anos da década de 1960. A Universidade de
McMaster foi constituída em 1887 e hoje se encontra na cidade de Hamilton,
província de Ontário (FERREIRA, 2012, p.25).
A metodologia PBL, caracteriza uma estratégia
de formação, através da qual os alunos são confrontados com problemas
contextualizados e estruturados para os quais se empenha em encontrar soluções
significativas, a Aprendizagem Baseada em Problemas permite desenvolver o
pensamento crítico dos alunos e construir, em conjunto, soluções mais criativas
e novos caminhos já que surgem do trabalho conjunto, tornando-se por vezes bem
produtivo.
[...] em qualquer situação de aprendizagem, os
alunos dispõem de determinadas capacidades, instrumentos, estratégias e
habilidades gerais para completar o processo. Por um lado, o aluno conta com
determinadas capacidades cognitivas gerais, ou em termos mais correntes, com
certos níveis de inteligência, raciocínio e memória que lhe permitirão um
determinado grau de compreensão e realização da tarefa (COLL Et al, 2006,
p.59).
É essencial trabalhar o desenvolvimento de
habilidades e competências dos alunos, propiciando cada vez mais a formação de
alunos conscientes sobre a resolução de problemas existentes no seu cotidiano,
favorecendo a escolha de seu propósito de vida, delineando as suas ações.
PBL, sigla de Problem-Based
Learning, em português, Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) é um método
de ensino-aprendizagem colaborativo, de base construtivista e contextualizada,
no qual determinado problema é utilizado para iniciar o processo, direcionando
e motivando a aprendizagem de conceitos e ou teorias, desenvolvendo as
habilidades e atitudes dos alunos. Apesar de ter sido criado na década de 1960
para o ensino de medicina, ainda hoje é utilizado em diversas áreas e níveis de
ensino, dada a sua robustez e adaptabilidade, podendo ser, inclusive,
trabalhado em formatos diferentes do original sem, contudo, perder seus
objetivos ou se descaracterizar (FERREIRA, 2012, p.24).
Desenvolver pessoas cada vez mais criativas e
solucionadoras é essencial, pois necessita de empenho e comprometimento por
parte do professor e com isso formar pessoas capazes de no futuro exercer suas
atividades com sabedoria e liderança, além disso, os novos modelos de gestão e
processos de operações de produtos e serviços têm que se adequar aos novos
momentos. A competição torna-se global, abrindo espaço para mudanças e
incertezas, a coletividade superando o individualismo, processos flexíveis e
descentralizados, sendo evidenciados a competência e o profissionalismo, a
construção de conhecimento na educação deve se tornar contínua, com o indivíduo
como o principal responsável pela busca de sua formação e estruturação de novos
conceitos.
A diferença entre
aquisição e uso de conceitos é de certo modo arbitrária, desde que uma das
principais funções do conceito existentes na estrutura cognitiva é facilitar à
aquisição de novos conceitos, mais ainda no caso da assimilação de conceitos do
que no da formação. Apesar disso, essa distinção é útil, em particular quando
consiste em distinguir entre aquisição original de um dado conhecimento e seu
uso subsequente na aquisição de outros conhecimentos. Ela atinge, então, a
essência do processo de transferência e do papel central das variáveis da
estrutura cognitiva nesse processo (MOREIRA E MASINI, 1982, p.33).
Na atualidade, a procura pela melhoria
contínua no ensino, remete a uma constante insatisfação com o presente, de
maneira a desenvolver estímulos, para que as organizações e pessoas aperfeiçoem
as suas habilidades e competências críticas no fabrico da excelência, por isso
na área da formação de conhecimento, o ensino tem se modificado para adequar-se
a esta nova realidade, embora em alguns casos este desenvolvimento caminhe a
passos curtos.
[...] a referência central para conferir se um
tipo de educação está atingindo
níveis aceitáveis de qualidade é obviamente o processo pedagógico em si
mesmo. E o cerne do processo pedagógico deve ser localizado nas experiências do
prazer de estar conhecendo, nas experiências de aprendizagem, que são vividas
como algo que faz sentido para as pessoas envolvidas e é humanamente gostoso,
embora possa implicar também árduos esforços (ASSMANN, 2001, p.185).
É importante a adoção de novos modelos educacionais
estimulantes, participativos, que remetam aos alunos, encontrarem soluções para
problemas vivenciais, relacionando teoria e prática, pois os alunos encontram
grande dificuldade em relacionar o que estão vivenciando com o conteúdo que
aprendem na escola.
O aluno quando se sente pouco estimulado e
pouco motivado, pode não se interessar pela aprendizagem daquele conhecimento
exposto pelo professor, tornando este processo de aprendizagem mecânico, que
apesar de requerer menos esforço, tem um grau de retenção baixo a longo e médio
prazo (AUSUBEL, 2003, p.58).
No entanto, cabe a observação de que mesmo com
a grande necessidade de modificações na estrutura educacional, a adequação de
novas metodologias de ensino e aprendizagem ainda se defronta com o modelo
tradicional de ensino.
[...] saber fundamental à experiência
educativa é o que diz respeito à sua natureza. Como professor preciso me mover
com clareza na minha prática. [...] conhecer as diferentes dimensões que
caracterizam a essência da prática, o que pode me tornar mais seguro no meu
próprio desempenho (FREIRE, 2005, P.68).
Estratégias
utilizadas pelo professor no trabalho com PBL
No PBL, o problema é o ponto principal no
processo de ensino e serve de estímulo para a aprendizagem, é importante
relacionar o problema com o contexto de modo que o aluno se sinta envolvido e
que a colocação das tarefas iniciais seja orientada pelo professor. Como
estratégias o aluno deve ter acesso a fontes de informação, embora estas possam
não lhe ser previamente fornecidas, fomentando a pesquisa e seleção de
informação. A partir daí, cabe ao aluno estruturar a sua própria aprendizagem,
compartilhando ideias e informação em seu grupo, sendo o trabalho de grupo
essencial para este processo.
Como requisito da metodologia e sugestão do
professor ao final da tarefa, deve haver sempre uma discussão que leva os
alunos a uma reflexão relativa às conclusões da investigação, culminando o
processo, por exemplo, com a apresentação oral ou mesmo por escrito.
[...] pensar certo coloca ao professor ou,
mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os
educandos, sobretudo, das classes populares, chegam a ela saberes socialmente
construídos na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos
venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes
em relação com o ensino dos conteúdos (FREIRE, 2005, p.30)
Cabe ao professor investir no incentivo com o
aluno para desenvolver hábitos alternativos de ensino, objetivando a melhoria
da compreensão dos alunos, que é um dos itens que o professor encontra mais
dificuldade para desenvolver junto aos alunos.
Para melhoria do entendimento do aluno com relação ao
currículo que foi desenvolvido em sala de aula, por exemplo, quando o professor
pede para um grupo de cinco alunos analisarem uma dada situação problema e a
partir daí orientá-los para que exponham suas diferentes ideias, o professor
perceberá que em algum momento, haverá alguém que irá se destacar em relação à
opinião do grupo. Observamos, então que essa idéia que o aluno teve pode ser
melhorada e desenvolvida, não apenas com uma visão ou ponto de vista, mas com a
diversidade de opiniões que o grupo trabalhou e que merecem ser observadas e
reconhecidas, sendo apresentada para discussão e avaliação.
O professor ao utilizar a metodologia PBL deve deixar claro
para os alunos, que não existe apenas um ponto de vista ou apenas uma solução
inexorável para a situação problema, e nem pode, pois sempre existem novas perspectivas
que levam o pensamento mais além, sendo a partir deste pressuposto que dependem
nossos avanços cognitivos, tendo como conseqüência, por exemplo, a nossa
qualidade de vida ao serem resolvidos problemas do cotidiano dos alunos.
[...] PBL, quer seja em seu formato tradicional ou em um
formato mais estruturado, pode atingir os seguintes objetivos: a) Uma
aprendizagem ativa, no sentido pergunta-resposta; b) aprendizagem integrada,
quando uma integração com outras áreas torna-se necessária para a solução do
problema; c) aprendizagem cumulativa: quando os problemas seguintes vão
crescendo em termos de complexidade; d) aprendizagem compreensiva, ao invés de
apenas reter informações; e) potencialização de atributos dos alunos
(adaptabilidade, pensamento crítico, trabalho em equipe, pesquisa; f) criação
de um entorno social; g) integração entre ensino e mercado de trabalho; h)
integração entre ensino e pesquisa (FERREIRA, 2012, P.27).
A formação do professor
O professor para realizar a sua formação precisa de
estímulos e com isso viabilizar sua melhoria constante para
que primeiramente as suas orientações tenham fundamento e em seguida para que
seus alunos verifiquem que realmente o seu orientador tem conhecimento. De
acordo com Curi e Nascimento (2012, p.13)
Vivemos em um País em que a fragmentação do sistema
educacional, a falta de aprendizagem dos nossos estudantes, as dificuldades
encontradas pelos professores são apontadas por vários segmentos da sociedade
como prioridades a serem enfrentadas.
Convivemos atualmente com inúmeras situações de diversidade
e mudanças, isto implica que não só profissional da educação, mas também
quaisquer outros profissionais necessitam trabalhar bem a sua formação, por
isso com relação ao desenvolvimento e ao aprimoramento do professor, devemos
levar em consideração a reflexão e supor o que pode ser mudado e melhorado para
que o professor viabilize o aprofundamento de seus estudos e com isso adquira
subsídios favoráveis para seu desenvolvimento e aprimorar a qualidade de suas
aulas, realizando assim, as mais diferentes produções do conhecimento.
A condição social o aluno (mãe desempregada, padrasto
alcoólatra, por exemplo), é um dado de realidade; a escola, o professor não tem
condições de mudar, mas com certeza pode mudar sua forma de se relacionar com o
aluno, trabalhar de uma maneira mais adequada para que a escola possa fazer bem
a sua parte (e não ser mais um problema...), o que abrirá possibilidade de
crescimento, de um relacionamento produtivo (VASCONCELOS, 1998, p.33).
Um professor de Matemática do 8° ano, por exemplo, não
necessita de recursos arquitetônicos ou mesmo uma tecnologia de ponta para
construir conhecimentos com seus alunos ao trabalhar o Teorema de Pitágoras,
onde nos permite calcular, por exemplo, áreas de Terrenos, por isso a formação
no estudo de novas metodologias como o PBL, onde a partir desse Teorema pode
incitar a curiosidade do aluno, no que se refere como os povos da antiguidade
dividiam as terras para seus líderes e membros do povo, a partir dos
territórios que eram conquistados, ou seja, uma situação do cotidiano que faz
parte da história da humanidade e que está sendo trabalhada com essa
metodologia.
[...] o aluno deve identificar o problema a partir da
observação da realidade. Podem ser utilizadas simulações de casos reais, como
em jogos de empresas, auxiliados ou não por recursos computacionais. No caso de
utilização de casos reais, em tempo real, o aluno é envolvido emocionalmente
pela problemática e sente a responsabilidade de suas ações e as incertezas de
sua formulação teórica e de suas hipóteses. Além disso, o aluno vivencia a
complexidade de sua atividade profissional, a qual exige abordagem
interdisciplinar e sistêmica, preparo emocional, avaliação de riscos e
conhecimentos técnicos. (HIROTA, 2002).
Com formação, o professor adquire conhecimentos e
habilidades para colocá-los em prática com criatividade em sala de aula, isso
propicia com que o aluno goste de aprender, pois o aluno tem grande dificuldade
na interpretação de problemas e em seguida no entendimento da inclusão do
currículo na disciplina, tais como fórmulas matemáticas, e expressões que devem
ser utilizadas nas mais diversas situações problema que são propostas e quando
o aluno descobre todos esses processos matemáticos na prática, enxerga o porquê
das coisas.
Conclusão
O PBL mostra meios interessantes e
práticos para reunir um grupo de alunos e realizar um trabalho de ensino
contextualizado, por exemplo, no jardim de uma escola ou mesmo na quadra de
esportes e associar os conteúdos curriculares que envolvem cálculos,
interpretação de texto, transformados em projetos realizados e utilizados por
todos na escola.
É extremamente interessante para o aluno, calcular a altura
de uma arvore, observando apenas a sua sombra ou aplicar inúmeros Teoremas para
calcular as linhas retas ou paralelas de uma construção conhecida e demonstrar
que o mesmo servirá ou não para circunferências. Demonstrar com exemplos
concretos o porquê do conteúdo programático que ele está estudando e também o
que está por trás dessas explicações, observando que são realmente
indispensáveis para nossa vida em sociedade como seres humanos.
Trabalhar com a problemática encontrada para que a
aprendizagem seja alcançada, exige uma adequada formação do professor tanto do
Currículo, bem como da sua prática em sala de aula com novas metodologias,
propiciando assim com que o aluno e o professor sejam protagonistas do
conhecimento, auxiliando o aluno no desenvolvimento de seu questionamento com
maior participação em um meio coletivo.
Há 2 atores fundamentais e únicos no processo de
ensino-aprendizagem pelo método
PBL: o aluno e o professor. Como temos um método diferente do modelo
considerado tradicional, de aulas expositivas dialogadas, é inerente que os
atores também tenham posturas e procedimentos diferentes. PBL é centrado no
aluno, isto é, os processos devem ser dirigidos ao aluno, para que o mesmo
possa obter uma aprendizagem relevante e que seus objetivos sejam alcançados.
Há uma diferença dos métodos onde o professor detém o poder, o controle do
processo: há uma delegação de poderes aos alunos, com a conseqüente cobrança de
resultados (FERREIRA, 201, p.27-28)
Referências
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ASSMANN, H; metáforas novas para reencantar a educação: epistemologia e didática,
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AUSUBEL, D.P. Aquisição e retenção de conhecimentos: Uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Editora Plátano, 2003.
BERBEL, N.A.N. A problematização e a
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COLL, C; Martin, E; Mauri,T. O Construtivismo em sala de aula, 6° Edição, São Paulo, Editora
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CURI, E; NASCIMENTO, J.C.P. Educação Matemática: grupos colaborativos, mitos e práticas, São
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FERREIRA, A. L. PBL no
Ensino Médio Técnico: um estudo de caso na disciplina de Prática de Laboratório
de Programação. Dissertação apresentada ao Mestrado em Ensino de Ciências,
da Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2012.
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HIROTA, E. Hitomi. Desenvolvimento de competências para a
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Acesso em: 10 outubro de 2014.
HOFFMANN, J. avaliação:
mito e desafio: uma perspectiva construtivista, 28° edição revista, Porto
Alegre, Editora Mediação, 2000.
MOREIRA, M.A; MASINE, E.F.S. Aprendizagem Significativa: A Teoria de David Ausubel, São Paulo,
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VASCONCELOS, C.S. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de
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